Você esta preso em um caminho sem volta, sozinho, na
mais profunda escuridão, sem ter para onde correr. Esta ouvindo estes gritos? São
os milhares de mortos, que assim como eu e você morreram sem ter feito merda
nenhuma na vida. Mas o que quer que eu faça? O mundo é um grande aglomerado de
primatas, cegos pela ignorância. Por mais que você tente ser diferente, se
destacar de alguma maneira, o final já é certo, o esquecimento nos aguarda, e
isso parece tão terrível e ao mesmo tempo gentil.
Grito, corro, e procuro pela verdade em cada
esquina, mas no fundo eu sei, o maldito coelho branco é apenas uma ilusão,
assim como a igreja, a política, as marcas e todo o resto que nos cercam. Uma
prisão construída por nós, para nós mesmos.
Procuro por alguém que pensa da forma que eu penso,
e a única coisa que encontro são rastros deixados por alguém que já passou pela
mesma situação que eu. Sou como o narrador de Clube da luta, indo em cidade à
cidade procurando por mim mesmo. E nada, pode me ajudar, nem mesmo alucinações
causadas pelas drogas, nem a sensação de embriagues, muito menos o cigarro.
Este é um caminho que se trilha sozinho, em busca do oculto, do desconhecido,
daquilo que um dia já te deu medo, mas que hoje você clama por sua companhia.
Eu quero que você saiba que eu estive aqui, que eu
trilhei este caminho, e talvez estive mais perdido do que você possa imaginar.
Me dê a sua mão, vamos juntos, eu e você, andarmos de mãos dadas por ruas
vazias de madrugada, olhar para cada casa e imaginar o que acontece ali dentro,
pensar se estamos sozinhos, se tem alguém passando pela mesma situação que nós.
Gostaria de acreditar que um dia tudo isso vai
passar, e que eu não vou ter mais medo de viver, ou sobreviver, mas ao mesmo
tempo penso, Que merda é viver? Dormir acreditando que no dia seguinte todas as
minhas dúvidas serão sanadas? Acreditar que um dia posso encontrar alguém que
faça com que minha vida faça sentido? Ou vou acabar reproduzindo igual a coelhos
e este será o tão aclamado significado da minha vida? Ser escravo dos hormônios
do meu corpo?
Estou ouvindo “Burzum - Beholding The Daughters Of The Firmament”, e por um
momento é o que mais fez sentido na minha semana, no meu mês, talvez nos meus últimos
20 anos. Fecho os olhos e penso na conturbada vida que o homem por trás dessa música
teve, e tem, e por um momento gostaria de ter esta vida para mim, talvez assim
teria um objetivo maior do que escrever em um computador, sentado em uma cama.
Não precisamos queimar igrejas, nem matarmos uns aos
outros, isso não leva a nada, apenas cria ódio e dissemina a intolerância. O
que eu preciso neste momento é alguém que me explique o porquê de tudo isso.
E assim mais uma noite corre de minhas mãos,
passando dentre meus dedos, como a areia de uma praia.
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