sábado, 11 de fevereiro de 2017

Lembranças Artificiais

Sábado.
Deitado sobre a cama, observando as pequenas imperfeições do teto, vendo insetos suicidas voando contra a lâmpada, esperando encontrar algo diferente da morte.
O rádio perdeu a sintonia, ficando só em chiados nos últimos 30 min. Não há barulho de carros passando na rua, nem de vizinho ouvindo músicas altas. Apenas o chiado do rádio e minha respiração.
Tenho 20 anos, e penso no que fiz nesses últimos anos.
Penso em toda a vida que tive, nas pessoas que conheci e as que esqueci.
Penso nessas pequenas coisas que definem a direção de nossas vidas.
E em como poderia ser completamente diferente se pequenas coisas do meu passado fossem alteradas.
A religião me tornou ateu, por mais estranho que seja afirmar isto.
Logo após, a busca por algo superior. A maldita busca pelo coelho branco.
A cruzada atrás de te encontrar.
Ela.
A Organização.
E aqui estamos.
Apenas tento imaginar minha vida se tudo fosse diferente do que é.
Como é ser humano e saber que um dia você irá morrer?
Como é ter medo do oculto e gostar de humanos?
Como é saber conversar com uma pessoa?
A maldita ansiedade me domina, e sei bem onde isso começou.
O significado se perdeu quando te conheci.
Catalogar ações se tornou idiota e sem graça.
Apenas queria aquele corpo branco, quase albino, ao meu lado.
E escrevendo desta forma, parece que foi a mil anos... E talvez tenha sido.
Ou são apenas lembranças artificiais, implantadas em minha mente.
Lavagem cerebral feita em minha infância, ou ontem.
A quanto tempo você tem consciência de sua existência?
setFocus()
Pessoas que perdi o contato.
Foda-se.

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