terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Palavras de consolo a um completo desconhecido

A parede marcada pela claridade do sol
Reflexo de uma realidade que não conheço
Um cover de uma música qualquer tocando no fundo
A jaqueta de couro sintético jogada em cima de uma cadeira de escritório
Roupas espalhadas pelo chão do quarto
Seu corpo pálido debruçado sobre um colchão velho
Um olhar seco e vazio varre a sua volta
Aquele reflexo... Como um espirito perdido tentando se comunicar
E ele diz qualquer coisa
Palavras de consolo a um completo desconhecido
Sinais de uma vida já passada
Me chamando
Apenas venha
A pele suada e grudando
Seu cheiro em minha mente
E tudo parece bem mais profundo do que realmente é
Só não se apegue, e talvez já seja tarde pra dizer isso
Apenas, viva
Sobreviva
Seus instintos falam mais alto
Gritam
Respiração pesada
E ultimamente tudo se resume a isso
Vivendo dias esperando chegar a noite
Uivar para a Lua
As duas Luas
E tudo isso se torna muito confuso
Cambaleio em direção a cozinha
Água.
Ele está ao lado da pia, com sua fantasia de carnaval
Sorri incansavelmente para mim
Vejo sua voz brigando com as paredes, se debatendo, até chegar em meus ouvidos
Apenas não me diga o obvio
Apenas siga o maldito Coelho Branco
Blá Blá Blá
Foda-se toda essa merda
Tudo se repete como loops, e não consigo te encontrar
Preciso abastecer a moto, é hora de tomar alguma direção
O presente é tedioso

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