domingo, 23 de outubro de 2016

Esboço

12:04, ela está atrasada... Marcamos de nós encontrarmos as 11:30. Restaurante Mama San, primeira vez que venho, lugar com decoração vintage, todo estilizado. Estou na mesa encostada na parede, no canto próximo as janelas. O melhor lugar para se almoçar, jogar conversa fora e apreciar a bela rua movimentada pela janela.
A música de fundo é Arctic Monkeys, “Of trying to kiss you...”, e na porta, Ela. Seria gay dizer que meu coração acelerou? Bem, foi o que aconteceu. Não sou do tipo garanhão ou que tem uma vida sexual muito ativa, mas, de todas as garotas que já sai... Nenhumas delas usavam uma touca vermelha no primeiro encontro. Cabelos ruivos encaracolados, com as pontas próximas a loiro. Pele branca, muito branca, me lembrando uma vampira. Batom vermelho em seus belos lábios, camiseta branca embaixo de uma pequena jaqueta jeans clara. Calça e tênis pretos.
Aceno, ela retribui com o mais belo sorriso e caminha em minha direção. Me levanto, e como um garoto de 10 anos dou um sorriso bobo. Lhe abraço e comprimento com um beijo em seu rosto. Ela se senta na lateral da mesa, ficando assim em meio termo entre estar ao lado e de frente. Não consigo parar de olhar em seus lábios, vermelhos, com essa pele branquinha, contracenando com seus belos dentes alinhados.
O cardápio pouco me interessa, o meu objetivo está bem ao meu lado. Ela me conta sobre suas bandas favoritas, e por mais que ela já tenha me dito, ver pessoalmente esses lindos lábios pronunciarem... Bem, pode continuar falando. Lhe convido para dar uma volta, tem uma praça aqui perto, não é uma armadilha de veludo, mas é a única coisa que consigo pensar.
Nos levantamos, vou ao caixa e pago a conta, uma água sem gás, que ela pediu, e um suco de laranja, que nem relei. Olho para trás, e a vejo próxima a porta, como uma borboleta plainando em um jardim em uma bela tarde de sol.
A praça é bem grande, com muitas arvores, caminhamos no corredor que vai até o centro, onde há um parquinho de crianças, com escorregadores e gira-gira. Vejo um banco a esquerda, lugar mais afastado e escondido, aponto na direção, ela sorri e vamos até lá.

Poucas palavras são trocadas, já fizemos isso no bar, passo minha mão em seu cabelo, elogio, ela tira a touca, e assim percebo, ela realmente é linda. Jogo um pouco de seu cabelo para trás de sua orelha direita, continuo com minha mão até sua nuca, sorrio e levo minha boca até a sua. Seu beijo... É diferente. E por mais que seja repetitivo dizer isso, apenas acredite. Não sei como descrever, mas, é algo exatamente como a sua aparência, mistura de várias experiências que já tive, mas com um toque completamente novo. Minhas mãos logo já dominam seu corpo, e me vejo abraçado com aquela bela mulher, o seu cheiro, sua pele macia, o gosto de seu batom vermelho. Ela já me pertence. 

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